EUA apuram mortes entre usuários de remédios para hiperatividade
Uma autoridade federal americana da área de saúde disse ontem que existe forte possibilidade de medicamentos comuns, como o Ritalina, usados para tratar déficit de atenção e hiperatividade, estarem vinculados a 25 mortes.
“Existe fumaça. Será que isso representa um fogo?”, indagou David Graham, da Agência Americana Regulamentadora de Fármacos e Alimentos – FDA (sigla em inglês).
Os estudos adicionais examinariam a incidência de mortes repentinas e problemas de saúde graves, incluindo derrame cerebral e ataques cardíacos, entre alguns dos milhões de crianças e adultos tratados anualmente com essas drogas.
Os resultados podem conduzir à adoção de rótulos de advertência nos remédios.
As mortes ocorreram entre os anos de 1999 e de 2003, de acordo com o relatório divulgado pela agência americana. Dezenove delas envolveram crianças.
O relatório também detalhou 54 casos de problemas cardiovasculares sérios em adultos e crianças. As drogas em questão incluem anfetaminas, como a Adderall, e metilfenidatos, vendidos sob os nomes de marca Ritalina, Concerta, Methylin e Metadate.
Kate Gelperin, da FDA, disse ao comitê que a análise dos relatórios sobre mortes e problemas de saúde sugerem um vínculo possível entre os medicamentos e problemas cardiovasculares.
No entanto, o vínculo não é conclusivo nem está claro se existe aumento de mortes e problemas sérios entre pessoas tratadas com as drogas.
A Janssen-Cilag, fabricante do Concerta (metilfenidato), informou, por meio da assessoria de imprensa, que acompanhará os estudos. Segundo o laboratório, os dados apresentados não permitem estabelecer uma relação definitiva entre o uso dos remédios e as doenças e mortes.
Fernando Naylor, Gerente-Médico da Novartis, fabricante do Ritalina, diz que a empresa possui dados que garantem a segurança do medicamento há 50 anos e que os efeitos adversos são acompanhados periodicamente. Os medicamentos Adderall, Methylin e Metadate não são comercializados no Brasil.
Autor: Associated Press
Fonte: OBID