Atalho para uma morte rápida
O crack refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos, secos, têm algumas impurezas e também contém bicarbonato.
Os últimos estouram ou racham, daí o nome da droga, onomatopéia da degradação humana.
Muito mais potente do que a cocaína, o crack destrói o organismos mais rápido do que o pó, agindo em um prazo muito curto de tempo e criando uma gigantesca dependência psicológica. Assim como a cocaína, as pedras não provocam dependência física. Apesar da fissura que elas causam, o corpo não sinaliza a carência da droga.
As primeiras sensações são de euforia e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o “tuim”, na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte. O pulmão se fragmenta e provocam problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração indicam os danos sofridos.
SINTOMAS DE RISCO
Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial.
São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro e do cachimbo. Félix Kessler afirma que o crack induz a abortos e nascimentos prematuros.
“Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar e andar e têm imensa dificuldade de aprendizado”, explica o psiquiatra.
Em uma pessoa normal, os impulsos nervosos são convertidos em neurotransmissores, como a dopamina – substâncias liberada pelo cérebro e que provoca a sensação de prazer no corpo. Uma vez passada a informação, a substância é recapturada.
Nos usuários de crack, esse mecanismo encontra-se alterado.
A droga transforma a captação das substâncias pelo corpo. Ocorre concentração anormal de dopamina, superestimulando os receptores musculares – daí a sensação de euforia e poder. A alegria. Os receptores ajustam-se às necessidades do sistema nervoso. Ao perceber que existem demasiados receptores, o organismo trata de reduzi-los. Com isso, todo o processo se torna mais lento, comprometendo as atividades cerebrais e corporais.
Autor: Editoria Segurança
OBID Fonte: Jornal de Brasília