Cocaína pode levar a comportamento paranoico e aumenta risco de infarto
A confirmação de que a causa da morte do cantor Alexandre Magno Abrão, conhecido como Chorão, foi uma overdose de cocaína ilustra bem os efeitos que a droga pode causar no corpo humano.
A cocaína é uma droga estimulante que tem efeito não só sobre o cérebro, mas também sobre funções vitais do corpo, como a circulação e a respiração. “No cérebro ela atua no núcleo do prazer. Vai dar o efeito agradável, de euforia, de bem estar. No coração ela costuma causar arritmia”, diz Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A arritmia cardíaca aumenta o risco de problemas coronarianos, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). “A cocaína gera muita adrenalina, gera aumento da pressão, aumento da frequência cardíaca e respiratória, sobrecarga cardíaca e, com isso, tem menos sangue chegando no coração e no cérebro”, explica o psiquiatra Thiago Fidalgo, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), também da Unifesp.
Segundo Fidalgo, no caso específico de Chorão, que morreu aos 42 anos, a hipótese mais plausível é a de infarto. “Se tivesse mais de 50 anos, provavelmente seria um AVC isquêmico”, acrescenta o psiquiatra.
A combinação de cocaína com bebidas é um fator de risco a mais para quem consome. O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente da Unifesp, alerta para o risco da mistura entre drogas com remédios para a pressão e de combate à depressão. “Algumas medicações tornam o uso de cocaína letal, mesmo em doses pequenas”, disse. “Alguns antidepressivos, por exemplo, podem causar morte súbita”, completa.
Antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina e imipramina, e betabloqueadores usados para tratar hipertensão intensificam os efeitos da cocaína, aumentando a pressão e causando arritmia. Assim como no consumo da droga com bebida, essa mistura pode levar a um derrame ou, mais comumente, a um infarto letal.
Cérebro
O vício em cocaína também compromete o cérebro, o que, segundo o delegado Itagiba, aconteceu no caso de Chorão. Depoimentos de parentes e amigos indicam ainda que ele demonstrava comportamento paranoico e agressivo, outro efeito comum do entorpecente.
É o que os psiquiatras chamam de psicose por droga. O estado mental anormal ocorre quando o usuário consome o entorpecente por muito tempo e, depois, apresenta delírios e alucinações.
“A cocaína dá muita paranoia. A pessoa acha que está sendo perseguida, que vão fazer algum mal a ela, que vão pegá-la”, disse o psiquiatra Antônio Geraldo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
No caso de Chorão, os policiais encontraram o corpo do cantor caído em meio a garrafas, lixo, móveis e eletrodomésticos quebrados, o que pode indicar um surto psicótico causado pela cocaína. Segundo a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), a descrição do apartamento “é sugestiva de uso pesado, de uma pessoa que está com o comportamento inadequado por conta do uso”, declarou.
Os policiais também encontraram um pó branco e medicamentos, entre eles o bromazepam, um calmante. “O calmante geralmente é usado por quem está fazendo o uso pesado da droga para induzir a sonolência”, disse a psiquiatra. “Eles tentam baixar o estado de excitabilidade com o calmante.”
Segundo a especialista, esse medicamento geralmente é adquirido sem receita. “Até porque o médico evita prescrever calmante benzodiazepínico [como o Lexotan] para quem é dependente, quem faz uso de drogas, pelo potencial de dependência que essa substância pode causar”, concluiu.
A confirmação de que a causa da morte do cantor Alexandre Magno Abrão, conhecido como Chorão, foi uma overdose de cocaína ilustra bem os efeitos que a droga pode causar no corpo humano.
A cocaína é uma droga estimulante que tem efeito não só sobre o cérebro, mas também sobre funções vitais do corpo, como a circulação e a respiração. “No cérebro ela atua no núcleo do prazer. Vai dar o efeito agradável, de euforia, de bem estar. No coração ela costuma causar arritmia”, diz Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A arritmia cardíaca aumenta o risco de problemas coronarianos, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). “A cocaína gera muita adrenalina, gera aumento da pressão, aumento da frequência cardíaca e respiratória, sobrecarga cardíaca e, com isso, tem menos sangue chegando no coração e no cérebro”, explica o psiquiatra Thiago Fidalgo, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), também da Unifesp.
Segundo Fidalgo, no caso específico de Chorão, que morreu aos 42 anos, a hipótese mais plausível é a de infarto. “Se tivesse mais de 50 anos, provavelmente seria um AVC isquêmico”, acrescenta o psiquiatra.
A combinação de cocaína com bebidas é um fator de risco a mais para quem consome. O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente da Unifesp, alerta para o risco da mistura entre drogas com remédios para a pressão e de combate à depressão. “Algumas medicações tornam o uso de cocaína letal, mesmo em doses pequenas”, disse. “Alguns antidepressivos, por exemplo, podem causar morte súbita”, completa.
Antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina e imipramina, e betabloqueadores usados para tratar hipertensão intensificam os efeitos da cocaína, aumentando a pressão e causando arritmia. Assim como no consumo da droga com bebida, essa mistura pode levar a um derrame ou, mais comumente, a um infarto letal.
Cérebro
O vício em cocaína também compromete o cérebro, o que, segundo o delegado Itagiba, aconteceu no caso de Chorão. Depoimentos de parentes e amigos indicam ainda que ele demonstrava comportamento paranoico e agressivo, outro efeito comum do entorpecente.
É o que os psiquiatras chamam de psicose por droga. O estado mental anormal ocorre quando o usuário consome o entorpecente por muito tempo e, depois, apresenta delírios e alucinações.
“A cocaína dá muita paranoia. A pessoa acha que está sendo perseguida, que vão fazer algum mal a ela, que vão pegá-la”, disse o psiquiatra Antônio Geraldo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
No caso de Chorão, os policiais encontraram o corpo do cantor caído em meio a garrafas, lixo, móveis e eletrodomésticos quebrados, o que pode indicar um surto psicótico causado pela cocaína. Segundo a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), a descrição do apartamento “é sugestiva de uso pesado, de uma pessoa que está com o comportamento inadequado por conta do uso”, declarou.
Os policiais também encontraram um pó branco e medicamentos, entre eles o bromazepam, um calmante. “O calmante geralmente é usado por quem está fazendo o uso pesado da droga para induzir a sonolência”, disse a psiquiatra. “Eles tentam baixar o estado de excitabilidade com o calmante.”
Segundo a especialista, esse medicamento geralmente é adquirido sem receita. “Até porque o médico evita prescrever calmante benzodiazepínico [como o Lexotan] para quem é dependente, quem faz uso de drogas, pelo potencial de dependência que essa substância pode causar”, concluiu.
Autor:
OBID Fonte: G1